segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Naufrágio

Trezentos anos antes de o Titanic comover o mundo, o navio Vasa ensinou aos suecos como a imprudência é fatal no mar. Construído a pedido do rei Gustavo Adolfo II para ser a maior embarcação de guerra do mundo, acabou se tornando também um dos mais belos barcos de sua época, com gravuras em seu castelo de popa dignas de um palácio. Mas o excesso de armamento imposto pelo rei proporcionou um dos maiores micos da história da navegação. Assim como o Titanic, que atravessou icebergs a toda velocidade, o Vasa afundou em sua viagem inaugural ignorando sinais de perigo. Apesar de o navio ter falhado em testes de estabilidade, a necessidade de reforçar a frota em uma batalha contra a Polônia, em 1628, durante a Guerra dos 30 anos (1618-48), falou mais alto e, em 10 de agosto daquele ano, o Vasa foi ao mar com 64 canhões. Era um recorde, mas o navio navegou só 1300 metros. Ainda na baía de Estocolmo, o peso dos canhões o fez inclinar para a direita. O Vasa adernou e afundou com cerca de 150 marinheiros a bordo.
O consolo para os suecos veio em 1961, com a operação de resgate. Bem conservado devido à baixa concentração de sal na região, o Vasa foi içado quase inteiro do mar. Depois de 17 anos de reconstrução, o navio virou um museu. Inaugurado em 1990, o Museu Vasa é hoje o mais visitado da Escandinávia, com 800 mil pessoas por ano. Fica a menos de uma milha de onde afundou.

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