quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Carro não deve ser símbolo de luxo: reflexões sobre um dia sem carro

Por Stephen Newnum *


Infelizmente, minha terra Natal ajudou em muito a propagar o ideário do carro como objeto de luxo e sucesso. Todavia, meu país, a duras penas, finalmente, está adquirindo a consciência do peso ambiental que os carros causam ao meio ambiente e que muitas vidas foram abreviadas de sua existência pela condução inadequada dessas máquinas.

Vivo no Brasil há 31 anos e vejo que nós brasileiros somos viciados em nossos veículos individuais de transportes. Quantos carros andam na cidade com somente uma pessoa? Quantas pessoas usam o carro para ir à farmácia próxima da sua casa? E quantos usam o carro para ir até o parque para depois fazer seu exercício, dando voltas a pé? Que aburdo!

O dia 22 de Setembro, Dia Mundial sem Carro, nos desafia a perceber que o carro não deve ser símbolo de luxo ou riqueza e que existem muitas maneiras de chegar de um lugar até o outro: usar transporte coletivo, bicicletas e caminhar: além de salutar para meio ambiente é saudável para o corpo e para a alma. E, além disso, ajuda a eliminar a violência no trânsito caótico de nossas cidades.

Quando precisamos usar o carro, devemos obedecer aos limites de velocidade; sair de casa mais cedo; parar antes da faixa dos pedestres; respeitar os semáforos; não beber antes de dirigir. Devemos usar as setas e “exigir” o uso do cinto de segurança de todos que andam conosco. Além disso, podemos criar grupos de carona solidária no nosso prédio, vizinhança e na empresa.

Se formos motoqueiros, precisamos obedecer às mesmas leis de tráfego dos veículos e, além disso, precisamos ter uma atitude de respeito bondoso com os carros e cuidado muito especial com os pedestres. Não costurar no tráfego é regra de motoqueiros que, verdadeiramente sabem que a motocicleta é uma opção de vida livre! Livre, inclusive, de provocar morte de pessoas inocentes.

Por outro lado, como pedestres, devemos respeitar a sinalização, cruzar nas faixas e respeitar os semáforos. Não nos arriscar, atravessando em lugares perigosos. Do que vale ganhar um segundo na vida e perder a vida num segundo? Devemos lembrar que os motoristas e os motoqueiros, mesmo sendo cuidadosos, muitas vezes ficam impedidos de nos avistar.

Finalmente, devemos todos nós termos em mente que o espaço do trânsito deve ser um espaço de solidariedade e de preservação da vida, do qual todos nós temos direitos e deveres.

O carro não deve ser símbolo de luxo ou de sucesso. Luxo é sermos conscientes. Sucesso é vivermos contemplando as belezas da vida junto com as pessoas que amamos, até que a velhice nos chegue.

* Robert Stephen Newnum é missionário da Igreja Metodista Unida dos Estados Unidos, doutor em Ci&encias da Religião e Integrante do Grupo de Diálogo Inter-religioso de Maringá.

2 comentários:

Virgílio,  22 de setembro de 2011 às 18:39  

Bonito o discurso.

Mas cadê o transporte coletivo?

Andar a pé é ótimo, mas para quem mora do lado do trabalho. Não é o caso da maioria dos trabalhadores que para chegar ao serviço têm que pegar várias conduções.

LOYRA*SP 27 de setembro de 2011 às 12:22  

Bom... creio que ele não more em sampa!
Aqui carro é luxo sim! Usamos o preconceito velado, dizendo que é necessidade, que não sei o que, mas voce pagar 45 mil reais num carro, se dá que nome? E cada vez mais cheio de acessórios, quase uma casa ambulante! risos...
Transporte coletivo?? Ah sim.. vem pra sampa e tenta! Fiz isso há um mês atras, fui de metro de itaquera a república, para ir.. BELEZA!
Para voltar: 17:30h! Pense numa pessoa espremida! Pense em levantar o pé e não conseguir devolver ao chão! Calor humano?? Afff.. DEMAIS! Bota calor nisso!
O lado B (de bom) da história: nesse "aperto" conheci um moço muito simpático que me "protegeu"dos assédios! kkkkk
No mais: é cada um com seu carro. Sou a favor da carona solidária, mas até vc enfiar isso na cabeça do seu vizinho, demora viu???
Beijos.

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