sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Biblioteca

Mirian Goldenberg, 51, é antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com uma vasta lista de publicações literárias. Entre elas, destaca-se o título “Coroas” que aborda como a mulher de 50 anos se enxerga hoje. Para fundamentar sua obra ela entrevistou brasileiras, alemãs e espanholas e chegou as seguintes conclusões: “as mulheres de 50 anos se equilibram entre duas forças, de um lado, há o peso dos anos, de outro, a conquista da liberdade – inclusive a de não ter obrigação de provar nada”. Para Mirian, as mais realizadas são aquelas que não deixam o tempo atropelar os projetos individuais – e as que gostam do corpo, com suas imperfeições e mudanças. Ela diz que as brasileiras se preocupam mais com a decadência do corpo e os homens. Diz ela: “O corpo aparece de duas maneiras: problemas de saúde como artrites e dores na coluna e, especialmente, com relação à aparência. Essas mulheres não são mais jovens e raramente são magras, ficando longe do padrão valorizado – o que constitui um problema. Em relação aos homens, as solteiras ou separadas queixam-se das mesmas coisas das de 30 ou 40 anos: a dificuldade de encontrar parceiro. Dizem que os interessantes estão casados. As casadas queixam-se das faltas de seus maridos – falta de sexo, de companheirismo ou de dinheiro”. Sobre essas mulheres de 50 ou mais que buscam a felicidade Mirian conclui que quando se tem um projeto próprio que não começa aos 50, mas muito antes, as chances são bem maiores. “Quando elas percebem o envelhecimento como uma continuidade desse projeto e não como uma ruptura ou como um momento de mudanças e quando não aceitam as classificações e os estigmas sociais e fazem da própria vida uma permanente invenção, com certeza terão uma vida mais produtiva e feliz”. Afirma também que quando se gosta do próprio corpo com suas imperfeições e mudanças e não se paralisam ou querem imitar modelos de corpo, comportamento e desejos dos mais jovens, a idade não vai pesar. O livro é bem abrangente e traz muito mais informações como realização profissional, sexualidade, casamento, solidão e preconceitos. Recomendo a leitura.

Malu Pedarcini

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