sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Depressão na infância

Heliane R. de Faria*

Depressão não é manha, muito menos coisa de gente querendo chamar a atenção. É uma doença muito séria e que deve ser tratada logo aos primeiros sintomas. Doença de gente grande, certo? Errado. Crianças e até bebês também podem sofrer de depressão. Sentimentos como alegria, sorrisos e a disposição para todas e quaisquer brincadeiras nos remetem à infância.
Geralmente quando olhamos uma criança que não quer brincar ou deixando de fazer algo que goste muito, costumamos dizer que o pequeno está doente. E é por aí mesmo. A depressão pode atingir até 1% das crianças de até seis anos e até 2% das crianças em idade escolar. São estimativas americanas. No Brasil ainda não há estudos que indiquem a expectativa de crianças que possam vir a ter depressão. As pesquisas apontam para um número parecido com o dos americanos. É nessa hora que paramos para pensar quais os motivos que podem causar depressão em crianças, já que não elas, teoricamente, não têm preocupação alguma, simplesmente têm que brincar. Crianças têm preocupações, sim! Às vezes até preocupações que criança alguma deveria sentir como medo da violência, seja doméstica ou externa. Há outras razões que podem causar a depressão, entre as quais a ausência de um dos pais, sobrecarga de atividades, separação dos pais e mudança de cidade. Nem todas as separações ou mudanças de cidades deixarão as crianças depressivas, por isso precisamos observar as atitudes dessas pequenas.

Crises – Como não conseguem falar o que sentem, o corpo fala pelas crianças, isto é, a tristeza vem dizer o que a boca não consegue expressar. Acontece um distúrbio no apetite (ou a criança começa a comer muito ou perde a fome), excesso de irritação e desânimo em realizar tarefas que antes davam muito prazer à criança, choro constante, medos e ansiedade. Muitas vezes a tristeza é inevitável. Morte e separações levam um tempo para a tristeza ir embora.
Os pais devem ficar de olho e verificar se essa tristeza não está se alongando demais. Em caso de dúvidas, o ideal é procurar um psicólogo infantil e levar a criança para uma avaliação. Só o profissional saberá orientar a criança e os pais para um final feliz.

Dicas:Examine os desenhos e brincadeiras de faz-de-conta do seu filho. Se o assunto morte e doenças forem constantes procure orientação. Esteja sempre atento aos sinais que a criança lança, já que não tem linguagem suficiente para se expressar. Distúrbio do sono e até uma asma podem indicar um começo de depressão. Reforce a autoestima da criança sempre a elogiando e dizendo que é competente nas suas atitudes.

*Heliane R. de Faria é psicóloga - Telefones: (44) 3035 0098 – 9914- 6169

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