O capital estrangeiro avança no setor brasileiro de açúcar e álcool mais cedo e de forma diferente do esperado. Com o negócio anunciado ontem pela Santelisa, tradicional usina de propriedade familiar da região de Ribeirão Preto (SP), e a francesa Louis Dreyfus, que dá o controle de uma nova holding para o grupo europeu, as multinacionais já têm 20% da produção sucroenergética nacional. A invasão estrangeira era esperada e desejada, mas a expectativa, no auge da empolgação com o mercado de álcool interno e externo, em 2007, era que esse avanço se daria com a formação de novos negócios – e não com a compra de usinas já estabelecidas. Mas veio a crise internacional e o combustível festejado como alternativa ao petróleo não deslanchou. A falta de compradores, especialmente lá fora, e investimentos pegou as usinas brasileiras no contrapé, como é o caso da Santelisa, que existe há 70 anos. Endividada, a empresa não teve outra saída a não ser a associação com os franceses. Mais dez grupos estrangeiros já estão na produção brasileira do setor, entre eles alguns dos mais atuantes no segmento de commodities, como Cargill, Bunge, Teréos, Adecoagro, Noble Group e até a petrolífera britânica BP.
Fonte: do blog "O Filtro"
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