quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Biblioteca

Ontem, ao buscar na minha estante um livro para o Santiago, deparei-me com o Morro dos Ventos Uivantes. Este livro, lançado em 1847, é a única obra da escritora britânica Emily Brontë, que morreu precocemente sem ver seu trabalho reconhecido. Ela, no entanto, não precisou de nenhum outro, para mais tarde ser conhecida mundialmente. Talvez o livro de Emily seja um dos poucos que retrate o amor e o ódio de forma tão densa e intensa. Uma obra assustadora, que não pode ser enquadrada em nenhum gênero literário. Quando li pela primeira vez me causou uma sensação estranha. Senti medo e atração, sentimentos contraditórios.
Os principais personagens são Heathcliff e Catarina Earnshaw. Heathcliff foi adotado aos sete anos pelo chefe da família Earnshaw. Sua origem é nebulosa e o tratamento amoroso que recebe do pai adotivo deixa o primogênito do clã, Hindley, louco de ciúmes. Cathy, porém se encanta por ele, sentimento que é recíproco. Após a morte dos pais adotivos, Hindley passa a tratá-lo com crueldade e violência e ele se isola no seu sofrimento.
E assim ele vai vivendo, até Cathy, dividida entre o amor e o dinheiro, optar por um casamento de conveniência que lhe asseguraria segurança financeira. Magoado Heathcliff parte e conquista sua fortuna pessoal. Ao voltar, e com a morte da amada ao dar a luz, tem início a sua revanche. Recomendo a leitura desse romance que possui elementos góticos e sobrenaturais e onde o amor obsessivo, que perdura além da morte, nos faz atravessar a tênue linha do tempo.

Malu Pedarcini

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