Um dia qualquer
O ponto de ônibus está cheio de gente, todos à espera do coletivo que está demorando mais do que de costume. A chuva cai insistentemente e transmite a sensação de tristeza, de abandono.
Os pingos chocam-se violentamente contra as vidraças das casas vizinhas. Aguardando na calçada, só com a proteção de negros guarda-chuvas e sombrinhas multicoloridas, as pessoas continuam na espera do ônibus.
De repente, ele surge e para no ponto. As pessoas são engolidas por ele. Parte tal qual chegou, deixando atrás de si a rua vazia, abandonada, sob o domínio dos pingos d’água que continuam a cair indiferentes. Parecem cristais vulneráveis que se desmancham em contato com o chão.
Malu Pedarcini
4 comentários:
É uma competição entre vc e a Malu?
Vc e o Santiago, desculpe Malu
Conheço bem essa história...se conheço... Mas, nunca a vi contada em tom poético....Meus olhos não alcançaram as cores da sensibildade...As cores de um dia de chuva, em uma parada de õnibus qualquer....
Deu até saudades....
Um abraço!
"ônibus"...Desculpe...
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