Por Luiza Marcon Costa*
Baseado no romance homônimo de Anthony Burgess, “Laranja Mecânica” é um clássico do cinema, um filme a frente de seu tempo. Realizado por Stanley Kubrick no ano de 1970 (foi seu primeiro roteiro solo) o filme, que é atualíssimo, diga-se de passagem, traz duas formas de violência. A ancestral, natural do instinto humano e a violência do Estado, esta amparada pela lei e que se justifica em nome da preservação do status quo e do controle do coletivo.
O espaço é uma Londres futurista. O protagonista, nosso anti-herói Alex, é um jovem de classe média, apaixonado por Beethoven e líder de uma gangue de garotos sem nenhum objetivo ou perspectiva maior, cuja principal atividade é fazer arruaça e praticar uma violência urbana exacerbada, saindo sempre impunes. O grupo se vale da linguagem “nadsat”, uma invenção de Burgess no livro também usada por Kubrick e que dá um caráter totalmente único a Alex e aos seus “drugues”.
Tudo muda quando a gangue faz uma vítima fatal e Alex, traído pelos companheiros, é detido pela polícia. Na prisão ele fica sabendo do Método Ludovico, uma medida do Estado que promete eliminar o ímpeto violento dos detentos, devolvendo-os à sociedade em quinze dias. Alex então se submete voluntariamente aos testes, uma verdadeira lavagem cerebral com sessões de cenas chocantes e violência contínua. Tudo isso ao som da 9ª Sinfonia. O resultado é um robô, um instrumento nas mãos do Sistema que sente repulsa pela mais branda imagem de violência e incapaz de ferir uma mosca. De volta à sociedade, Alex é renegado pela família, humilhado por seus antigos drugues e vingado pelas vítimas do passado.
Os elementos do filme, tal como as músicas, figurinos e cores são exagerados e hipnóticos como se fossem ingeridas muitas doses de “moloko”, uma espécie de droga usada pelo protagonista-narrador, possivelmente mostrando a sua visão do mundo.
Para muitos, “Laranja Mecânica” supera “2001-Uma Odisséia no Espaço” sendo o primeiro, considerado a obra-prima de Kubrick.
*Luiza é estudante do curso de Letras na UEM e futura cineasta
Perfeita a sua análise , Luiza. Um dos melhores filmes de todos os tempos.Um filme de vanguarda feito á mais de 40 anos, mas sempre atual.Uma crítica a hipocrisia política, de todos os países e em todas as épocas.
ResponderExcluirConcordo plenamente, o filme é fabuloso, daquels que a gente tem que assitir váris vezes.
ResponderExcluirO filme é uma obra prima, imperdível.
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