Sétima Arte
Foto: divulgação
*Por Luiza Marcon
Tropa de Elite 2 traz de novo os dramas profissionais e pessoais do capitão- ou agora coronel Nascimento.
Assim como o primeiro filme, este trata novamente da cena real nas favelas do Rio, do combate – e apoio no caso das milícias ao tráfico. Mas agora com um novo inimigo: o sistema loucamente corrupto que rege o país, essa sim uma realidade que nos diz respeito.
O filme conta com um elenco de primeira. Meu comentário é dispensável, mas Wagner Moura vem se mostrando um dos grandes atores brasileiros da atualidade surpreendendo sempre com uma atuação melhor que a outra e se superando neste filme cujo personagem já o consagrou. Capitão Nascimento em suas narrações dá um caráter totalmente intimista e deveras irônico em seus relatos. Quanto a Seu Jorge, quando vi o nome nos créditos iniciais fiquei ainda mais curiosa sobre o filme e a participação dele. Embora já tenha atuado em outros filmes, os quais não vi (Os Normais de 2001 de José Alvarenga Jr. e Casa de Areia, 2005, de Andrucha Waddington), não o conhecia como ator. Ótima participação na pele do bandido Beirada, o suficiente para eu achar que foi curta demais.
Há ainda, de novo, as belas e indispensáveis atuações de Maria Ribeiro e André Ramiro. A novidade está em Pedro Van Held, o Rafael, filho adolescente de Nascimento cuja participação foi super bem sucedida. Parece que Pedro tem aprendido muito na escolinha Malhação, da TV Globo. Um coadjuvante que aparece com um papel grande é o pernambucano Irandhir Santos, o Fraga que no início é arquiinimigo de Nascimento e depois se une a ele em nome de justiça e do Rafael detendo, junto com o Coronel, as falas mais importantes do longa. Irandhir Santos se sai bem na pele do professor socialista que se torna deputado.
Nesse segundo filme a coisa fica muito mais feia e o nó da impunidade vai apertando, com mortes importantes de gente boa e gente má.
Algo observado e muito comentado foram as muitas cenas de ação, bem trabalhadas, diferentes de tudo o que já vimos no cinema nacional, como o flashback da milícia abordando no morro os dois traficantes que só têm R$ 500,00 ou a cena fabulosa do helicóptero do BOPE sobrevoando a favela, mostrando a infeliz grandiosidade de esquemas de combate que o crime organizado nas comunidades exige. Para obter os efeitos hollywoodianos alguns nomes que trabalharam na produção de “Transformers”, “Homem-Aranha” e “O Estranho Caso de Benjamin Button” foram importados diretamente para o set de “Tropa de Elite 2”, o que é surpreendente.
O filme se diferencia do primeiro por esses e outros recursos inéditos como a maquiagem, posições de câmera especiais e o comentado esquema pesado do sigilo antipirataria.
Acho que esse filme maravilhoso e novo tem tudo para ser o precursor de novas obras e, deposito esperanças, vai com certeza atribuir coisas novas ao cinema nacional.
*Luiza é estudante de Letras na UEM e futura cineasta
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