Por Gilberto Dimenstein
Senti um misto de vergonha e enjoo ao receber centenas de comentários de leitores para a minha coluna sobre o câncer de Lula. Fossem apenas algumas dezenas, não me daria o trabalho de comentar. O fato é que foi uma enxurrada de ataques desrespeitosos, desumanos, raivosos, mostrando prazer com a tragédia de um ser humano. Pode sinalizar algo mais profundo.
Centenas de e-mails pediam que Lula não se tratasse num hospital de elite, mas no SUS para supostamente mostrar solidariedade com os mais pobres. É de uma tolice sem tamanho. O que provoca tanto ódio de uma minoria?
Lula teve muitos problemas --e merece ser criticado por muitas coisas, a começar por uma conivência com a corrupção. Mas não foi um ditador, manteve as regras democráticas e a economia crescendo, investiu como nunca no social.
No caso de seu câncer, tratou a doença com extrema transparência e altivez. É um caso, portanto, em que todos deveriam se sentir incomodados com a tragédia alheia.
Minha suspeita é que a interatividade democrática da internet é, de um lado um avanço do jornalismo e, de outro, uma porta direta com o esgoto de ressentimento e da ignorância.
Isso significa quem um dos nossos papéis como jornalistas é educar os e-leitores a se comportar com um mínimo de decência.
Com certeza a maioria deve ser anônimos covardes e ignorantes da pior espécie.
ResponderExcluirDimenstein, um legitimo intelectualóide representante da elite mesquinha e atrasada deste país, parece que teve uma crise de mea culpa. Só agora se deu conta que escreve e fala para uma "minoria raivosa, desumana"(e idiotizada) , ou seja, os leitores de VEJA(argh!!) e ouvintes da "imparcial" CBN, que tanto gostam das suas baboseiras e que ainda pensam o Brasil como nos anos 90. Lula tornou o Brasil menos desigual, e jamais será perdoado por isso.
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