Fazer amor
"Fiz um acordo de coexistência pacífica com o tempo: nem ele me persegue, nem eu fujo dele...Um dia a gente se encontra..." (Mário Lago)
Não basta um corpo e outro corpo, misturados num desejo insosso, desses que dão feito fome trivial, aplacado sem zelo, sem composturas, sem respeitos, atendendo exclusivamente a ferocidade do apetite.
Fazer amor é percorrer trilhas da alma, uma alma tateando a outra alma, desvendando véus, descobrindo profundezas, penetrando nos escondidos, sem pressa, com delicadeza, porque alma tem textura, deve ser tocada nas levezas, apalpadas com amaciamento até que o corpo descubra cada uma de sua funções. Mãos deslizando pelas curvas, como se tocando nuvens. Boca procurando sabores, e neste momento, vale chorar, vale gemer, vale gritar, porque aí já se chegou ao paraíso, e qualquer som, há de sair melódico e afinado, seja grave, agudo, pianinho, há de ser sempre o acorde faltante, corpos se ajustaram, almas matizaram, fez-se o êxtase. É o instante de paz, é a escritura da serenidade.
Antonio Santiago
4 comentários:
Você é fera, hein Santiago.
Ah, seu nome é muito sonoro pra mim. É o nome do meu lindo e precioso filhote de 6 aninhos: SANTHIAGO.
Belo, verdadeiro e prefeito, seu poema. Parabéns!
Esse amor tranquilo...de paz e serenidade é lindo!!!! Mas tem também o amor voraz, que consome, que tem urgencias, sem tempo pra ajustes, esse amor que quer pele, quer cheiro, quer tato e gosto...esse amor também é verdadeiro e por sinal também é muito bom.
Eu não imaginava que tamanha sutileza pudesse morar na alma de um homem. Deu-me vontade de ter asas e voar... Sua leveza ficou impressa em minha alma.
Aproveite a vida fazendo muito amor...
Viva com intensidade...
Lute por seus ideais...
Busque a felicidade...
E que você encontre alguém...
que te diga:
"Eu te amo"
Hoje e sempre!!!
Porque fazer amor com a pessoa amada é a coisa melhor do mundo...
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