Cecília, a grande dama das letras
Mulher de personalidade marcante Cecília Meirelles foi poetisa, pintora, educadora e jornalista. Não conheceu o pai, que morreu três meses antes dela nascer e também pouco conviveu com a mãe, que morreu quando ela tinha apenas três anos. Foi a avó materna que a criou e entre as suas observações do cotidiano dizia que teve uma infância de menina sozinha, sempre na companhia do silêncio e da solidão. Talvez por isso tenha se embrenhado pelo mundo dos livros, com suas histórias e sonhos. Aos 16 anos se formou no magistério e aos 18 publicou o primeiro livro de poesias.
Com 21 anos se casou com o artista plástico português Fernando Correa Dias. Fernando foi o ilustrador de todas as obras da poetisa e pai de suas três filhas, as três Marias: Elvira, Matilde e Fernanda, esta última, atriz.
Na área da educação sobressaiu por suas ideias em favor da modernização e na área política combateu o presidente Getúlio Vargas, a quem chamava de “Sr. Ditador”.
Foi perseguida pela ditadura de Vargas e contratada pelo jornal “A Nação”, foi proibida de escrever artigos sobre o assunto. Cecília promoveu a inauguração da primeira biblioteca infantil do País, o Centro de Cultura Infantil do Pavilhão do Mourisco, no Rio.
Convidada pelo governo português, ela iniciou um período de viagens para o exterior, mas ao voltar, sofreu um grande abalo, pois seu marido cometeu suicídio.
Mais uma vez sozinha e com três filhas para criar ela amplia seus trabalhos e passa a lecionar e escrever para jornais e revistas. Passados cinco anos da morte do marido ela casa-se novamente com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo.
Com vasta obra literária e poética ganha vários prêmios no Brasil e no exterior.
Aos 63 anos, em 1964, morre, vítima de um câncer. O Brasil perdia ali uma das suas maiores expoentes das letras e da cultura.
Malu Pedarcini
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