segunda-feira, 25 de abril de 2011

Biblioteca

Pai do gênero Naturalista, Aluísio Azevedo escreveu vários livros, entre eles "O Mulato". A obra, escrita em 1881, conta a história de Raimundo, o mulato, filho bastardo de pai branco e mãe negra, e Ana Rosa, sua prima, moça de família tradicional e abastada.
Raimundo não apresenta traços da raça e desconhece sua origem. O moço possui olhos azuis, mas mesmo assim é repelido pela família de Ana Rosa, que sabe que ele tem os pés na senzala.
No desenrolar da história aparecem muitos outros personagens como o padre Diogo, responsável pela morte do pai de Raimundo e altamente imoral e o caixeiro Dias, pretendente que é rejeitado por Ana Rosa.
Apesar das proibições, em razão do preconceito racial, Ana Rosa e Raimundo resolvem fugir e trocam carta que é interceptada pelo caixeiro Dias. Ao empreenderem a fuga são abordados e gera-se uma confusão em que Dias mata Raimundo atirando pelas costas, com arma cedida pelo padre.
Passados alguns anos, Ana Rosa casa-se com o assassino do seu grande amor e o padre é promovido a cônego, mostrando que o mal sai vitorioso sobre o bem.
Apesar de escrita há 130 anos, a obra continua atual por trazer em si elementos como o preconceito, a hipocrisia, a intolerância e a imoralidade, tais quais são vistos diariamente nos dias de hoje. O epílogo mostra isso, com o padre devasso e o assassino sendo beneficiados, um com o amor da mulher desejada e o outro com uma promoção.
Eu diria que qualquer semelhança com a realidade que vivemos hoje não terá sido mera coincidência.

Malu Pedarcini

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