Equipamento para colostomizados é desenvolvido em Campo Mourão
Oclusor de colostomia. O aparelho, implantado sob a pele, funciona com uma fita presa em volta do intestino, comandada por um minimotor elétrico.
(Foto cedida por Josuê Bruginski de Paula)
O Oclusor Ativo Implantável para Colostomias (AICO2) é o equipamento que a empresa Da Capo – Inovações em Saúde, instalada em Campo Mourão, está desenvolvendo para atender pacientes portadores de doenças no intestino que levem a realização de colostomia, cirurgia que resulta em incontinência fecal permanente. Criada em dezembro de 2009, a empresa está abrigada na incubadora de empresas da Fundação Educere – Pesquisa e Desenvolvimento, principal responsável pelo surgimento de várias outras indústrias de equipamento e produtos médico-odontológicos na cidade.
À frente da empresa Da Capo – Inovações em Saúde está Josuê Bruginski de Paula, que é médico, Mestre e Doutor em Engenharia Biomédica e professor titular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), onde já exerceu os cargos de coordenador do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) e de coordenador de Pesquisa. Atualmente atua nos cursos de Medicina, Mestrado em Cirurgia e Mestrado em Tecnologia da Saúde.
Josuê Bruginski de Paula ressalta que a maioria dos colostomizados enfrenta um duplo trauma em um curto período de tempo. Primeiro é o diagnóstico de uma doença grave ou trauma abdominal “que, por si só, já altera a vida do indivíduo”, explica o médico, pesquisador e empreendedor. O segundo é saber que uma colostomia será necessária ou, em casos de emergência, que ela já foi realizada.
“É possível viver com uma colostomia, já que o cólon não é um órgão vital, mas o processo de adaptação do paciente e de seus familiares envolve grandes esforços físicos, emocionais e psicológicos”, observa Bruginski. Também destaca que a continência fecal é um dos primeiros controles aprendidos na infância que recebe recompensas e aprovação social. “A perda dessa habilidade tem efeitos profundos na autoimagem do paciente. As relações em todos os círculos sociais podem ser afetadas e, quando frágeis, podem ser perdidas”, explica.
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