Torturadores
A Polícia Federal é uma das instituições mais respeitadas do Brasil, por seu histórico de operações de sucesso e métodos modernos. Mas, como mostra reportagem publicada por ÉPOCA nesta semana, “há joio no meio do trigo” da PF. A reportagem traz uma série de informações coletadas pelo Ministério Público Federal nas investigações que a entidade vem fazendo sobre a Polícia Federal desde que recebeu a prerrogativa de fazer esse controle. E mostra como a própria corregedoria da PF, que tem a missão de apurar irregularidades cometidas pela própria instituição, se recusa a dividir informações de investigações internas com os procuradores.
A acusação mais grave contra policiais federais foi registrada em Brasília, onde seis integrantes da PF são acusados de diversos crimes, incluindo tortura:
Segundo a denúncia dos procuradores da República José Alfredo de Paula Silva e Bruno Calabrich, os policiais federais teriam – à luz do dia e diante de testemunhas, inclusive de vizinhos dos Matsuuchis – sequestrado dois rapazes, Marcelo Lamartine Coelho e Clésio Divino de Castro. Os dois, segundo os procuradores, foram levados para locais ermos. Algemados, foram submetidos a espancamentos em uma sessão de tortura para confessar o crime. Coelho e Castro teriam sido submetidos a asfixia por saco plástico, uma técnica muito praticada nos porões da ditadura militar (1964-1985) e imortalizada em uma cena brutal no filme Tropa de elite. De acordo com a denúncia, dois dias depois da sessão de tortura, Coelho e Castro passaram por exames no Instituto Médico-Legal. Apesar de nada terem constatado em Coelho, os peritos identificaram lesões que teriam sido feitas com instrumento contundente em Clésio de Castro. Semanas depois, a Polícia Militar do Distrito Federal encontrou a pistola Glock e prendeu os verdadeiros bandidos, que nada tinham a ver com Coelho e Castro.
Fonte: Blog "O Filtro"
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