Adorável Tim
Para homenagear o rei do soul music, que faria 69 anos hoje, republico o texto abaixo, escrito há tempos atrás.
Eu sou suspeita em falar desse gordinho, pois sempre tive paixão por ele. Tinha um gênio difícil, brigava com todo mundo, xingava a plateia, abandonava o palco sem explicações, mas assim mesmo era amado. Por baixo da explosão, do vulcão, existia um cara extremamente generoso e sobretudo talentoso.
Caçula de 12 filhos, nascido no Rio de Janeiro, desde criança enveredou pelos caminhos da música. Seu primeiro conjunto “Os Sputniks” tinha Roberto Carlos como um dos componentes. Mas, “Os Sputniks” foram literalmente para o espaço, quando ao se apresentarem em um programa na extinta TV Tupi que tinha Carlos Imperial como apresentador, Roberto Carlos convenceu Imperial que faria melhor imitando o Rei do Rock, Elvis Presley.
Tim Maia não gostou nada e algum tempo depois partiu de mala e cuia para os Estados Unidos. Na realidade mais cuia do que mala, já que tinha somente 12 dólares no bolso. Foi lá que se familiarizou com a música negra, chegou até a formar uma banda chamada “The Ideals”. Comeu o pão que o diabo amassou, trabalhou até como babá e chegou a ser preso por roubar um carro para viajar pelo país.
Voltou em meados dos anos 60 cheio de ideias na cabeça, porém ao gravar um disco em inglês veio a frustração, uma vez que a repercussão foi zero. Tinha muitos “grilos” e sofria por causa da sua aparência e traduziu isso nas letras de suas músicas. Contam que enquanto compunha a letra “Na vida a gente / Tem que entender / Que um nasce pra sofrer / Enquanto o outro ri”, chorou e disse aos amigos “Mermão! Tu acabou de fazer a música da tua vida”.
Sua sorte começou a mudar quando Roberto gravou “Não vou ficar”. Daí em diante muitos sucessos vieram e um belo dia ao folhear um livro ficou completamente maluco. Era uma seita que pregava o uso de roupas brancas e condenava a bebida, cigarro, drogas e até sexo sem intenção de procriar. Mas, de repente cansou-se de tudo e voltou à Terra, ao seu normal.
Apesar de seus acessos temperamentais, suas brigas, tinha uma legião de fãs e sempre foi admirado pelos seus colegas. Em março de 1998, o “gordinho” subiu ao palco pela última vez. Ao tentar cantar “Não quero dinheiro”, não conseguiu e se retirou do palco. A plateia achou que era uma das suas malcriações e puxou uma tremenda vaia. Mas naquele dia não era. Tinha sofrido uma embolia pulmonar com uma parada cardiorrespiratória. Passou alguns dias lutando contra a morte, porém perdeu a batalha, não resistiu. Foi para o andar de cima e deve estar lá causando alguma confusão, brigando com os anjos e alegrando todo mundo com seu vozeirão.
Malu Pedarcini
Eu sou suspeita em falar desse gordinho, pois sempre tive paixão por ele. Tinha um gênio difícil, brigava com todo mundo, xingava a plateia, abandonava o palco sem explicações, mas assim mesmo era amado. Por baixo da explosão, do vulcão, existia um cara extremamente generoso e sobretudo talentoso.
Caçula de 12 filhos, nascido no Rio de Janeiro, desde criança enveredou pelos caminhos da música. Seu primeiro conjunto “Os Sputniks” tinha Roberto Carlos como um dos componentes. Mas, “Os Sputniks” foram literalmente para o espaço, quando ao se apresentarem em um programa na extinta TV Tupi que tinha Carlos Imperial como apresentador, Roberto Carlos convenceu Imperial que faria melhor imitando o Rei do Rock, Elvis Presley.
Tim Maia não gostou nada e algum tempo depois partiu de mala e cuia para os Estados Unidos. Na realidade mais cuia do que mala, já que tinha somente 12 dólares no bolso. Foi lá que se familiarizou com a música negra, chegou até a formar uma banda chamada “The Ideals”. Comeu o pão que o diabo amassou, trabalhou até como babá e chegou a ser preso por roubar um carro para viajar pelo país.
Voltou em meados dos anos 60 cheio de ideias na cabeça, porém ao gravar um disco em inglês veio a frustração, uma vez que a repercussão foi zero. Tinha muitos “grilos” e sofria por causa da sua aparência e traduziu isso nas letras de suas músicas. Contam que enquanto compunha a letra “Na vida a gente / Tem que entender / Que um nasce pra sofrer / Enquanto o outro ri”, chorou e disse aos amigos “Mermão! Tu acabou de fazer a música da tua vida”.
Sua sorte começou a mudar quando Roberto gravou “Não vou ficar”. Daí em diante muitos sucessos vieram e um belo dia ao folhear um livro ficou completamente maluco. Era uma seita que pregava o uso de roupas brancas e condenava a bebida, cigarro, drogas e até sexo sem intenção de procriar. Mas, de repente cansou-se de tudo e voltou à Terra, ao seu normal.
Apesar de seus acessos temperamentais, suas brigas, tinha uma legião de fãs e sempre foi admirado pelos seus colegas. Em março de 1998, o “gordinho” subiu ao palco pela última vez. Ao tentar cantar “Não quero dinheiro”, não conseguiu e se retirou do palco. A plateia achou que era uma das suas malcriações e puxou uma tremenda vaia. Mas naquele dia não era. Tinha sofrido uma embolia pulmonar com uma parada cardiorrespiratória. Passou alguns dias lutando contra a morte, porém perdeu a batalha, não resistiu. Foi para o andar de cima e deve estar lá causando alguma confusão, brigando com os anjos e alegrando todo mundo com seu vozeirão.
Malu Pedarcini
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