quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Biblioteca

Em 1971, no auge da repressão imposta pelo regime militar, um livro provocava – sua campanha de lançamento destacava, em cartazes, a mesma frase da tarja que envolvia cada volume: “Num país totalitário este livro não seria publicado”. Fosse para não assumir publicamente o autoritarismo, fosse por não perceber o sentido político da ficção, a censura deixou o livro circular. A obra era Incidente em Antares. Seu autor, Erico Verissimo.
O livro possui duas partes, sendo que a segunda é marcante pois,os coveiros entram em greve e os mortos insepultos trocam o cemitério pela praça central. Ali, passam a julgar os vivos – mostrando que muitos estavam moralmente mortos. Na ousada obra, os defuntos criados por Verissimo, mesmo em plena ditadura, deram seus recados, numa alegoria em que saiu vencedora a liberdade. Recomendamos a leitura.

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