Dieta infantil
Boa parte das crianças brasileiras de dois a seis anos come mais do que deveria e, ainda assim, carece de nutrientes essenciais ao crescimento. Faltam à alimentação delas cálcio, vitamina D e fibras. A conclusão é de um grande estudo recém-concluído que mapeou o que as crianças realmente ingerem dos alimentos oferecidos a elas na escola e em casa. Os pesquisadores analisaram o que lhes é servido na merenda escolar e o que elas deixam no prato. Também perguntaram aos pais o que elas consumiram em casa na noite anterior à entrevista. Chamado de Nutri-Brasil Infância e realizado com patrocínio da indústria de alimentos Danone, o trabalho avaliou 3.111 crianças matriculadas em creches e pré-escola da rede pública e particular de nove Estados brasileiros. De um lado, o estudo trouxe algumas boas notícias. "Praticamente não há desnutrição nessa faixa etária", diz o pediatra e nutrólogo Mauro Fisberg, coordenador do levantamento. Porém, ele mostrou uma realidade inquietante: as crianças brasileiras, de norte a sul do País, costumam deixar no prato a maior parte das frutas, legumes e verduras e dão preferência a alimentos como arroz, feijão, macarrão e biscoitos. "O que elas comem garante um bom aporte de energia, mas não oferece o que precisam para um desenvolvimento adequado. É o que se chama de fome oculta", diz a nutricionista Rosana Farah, da Universidade São Camilo, responsável pelo trabalho em São Paulo.
A principal lacuna na dieta é o cálcio, imprescindível para a saúde dos ossos e dos dentes. Cinquenta e sete por cento dos pequenos entre quatro e seis anos ingerem menos do mineral do que deveriam. Suas melhores fontes são o leite e derivados. Outra ausência é a vitamina D, que promove a absorção do cálcio. Quando essas duas falhas se combinam, o resultado é o atraso no crescimento, cujo impacto já se faz sentir em 5% das crianças avaliadas.
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