segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Castro Alves, o poeta da liberdade



"Era um sonho dantesco... o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar de açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar... "

O baiano
Antônio Frederico de Castro Alves, Cecéu para a família, desde menino manifesta seus dotes literários. A leitura e a arte da poesia estão em suas veias. Aos treze anos, presencia uma cena que o marcaria para sempre. Vê um escravo sendo castigado no tronco. Tal fato foi decisivo para a incorporação definitiva do negro a sua poesia. Com apenas 15 anos parte para o Rio de Janeiro em companhia de seu irmão Antonio, porém após pouco tempo este suicida-se e sozinho passa a frequentar os teatros. Com apenas 16 anos se vê diante de sua maior paixão: a atriz portuguesa Eugênia Câmara, dez anos mais velha que ele. Eugênia teve influência decisiva na vida do poeta, mas acabou por deixá-lo por causa do ciúme doentio que ele nutria por ela. O “poeta dos escravos” viveu intensamente. No fim de junho de 1871, com a saúde bastante debilitada pede que ponham a sua cama perto da janela, para ver o sol. Delira. Num momento de lucidez, ora a Deus: “Dai-me, meu Deus, mais dois anos para escrever tudo o que eu tenho na cabeça.”
Que pena, não deu tempo. Morreu de tuberculose, aos 24 anos, mas deixou um grande legado para a literatura brasileira.

Malu Pedarcini

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