Menorzinha
Por Fernanda Fassarella*
"Elas eram como bonecas russas. Passamos a vida inteira nesse jogo, querendo saber quem será a última, a menorzinha que estava escondida dentro das outras desde o início. Não podemos ir direto até ela, temos que seguir as regras, abrir uma após a outra e nos perguntar: 'Esta é a última?'" (Do filme "Bonecas Russas")
Um dia, ainda vão me descobrir. Porque eu sou a última de alguém. Tenho de ser. Todas são. Ou talvez eu fique presa dentro da penúltima e não abram mais quando chegarem ali. E então... E então? Ah, têm de abrir! Alguém tem de abrir. Porque eu sou a menorzinha. De alguém. De um só. Mas de um alguém.
*Fernanda é jornalista em Cachoeiro de Itapemirim
1 comentários:
Minha tia Maria Emília tinha exposto em uma de suas estantes uma dessas bonecas russas que chamavam minha atenção pelo seu colorido intenso.......Vez por outra, as manipulava viajando em uma gostosa brincadeira de criança....Seu texto, muito bem observado (que pra mim é um poema)..chamou me a atenção para uma visão que sempre desejei e que ainda desejo...”Ser a última de alguém”....” Alguém.... tem que abrir!!!”
Um abraço!
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