sexta-feira, 11 de março de 2011

Do céu ao inferno

O sonho de oito entre dez meninos é ser jogador de futebol. A ideia é ser famoso, ganhar muito dinheiro e ajudar a família. Esses meninos, pobres, na grande maioria, refletem as vontades de seus pais, que se miram em craques que saíram de baixo e deram certo, como Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Nazário, Adriano e tantos outros. Mas, alguém já disse que conseguir isso é como ganhar na loteria. A realidade mostra que a grande maioria se perde pelo caminho.
Dias desses, conversei com um jogador que foi ao céu e caiu no inferno. João Batista, excelente zagueiro, que foi ídolo no Londrina e Grêmio de Maringá. João foi revelado no Tubarão, no começo da década de 70 e veio para o Galo em 75. Ganhou muito dinheiro, mas sem estrutura gastou tudo. Era ídolo, conhecido nas ruas, paparicado. Seus olhos se enchem de água ao relembrar tudo isso. João estava trabalhando de servente de pedreiro em Londrina, onde reside. Aposentou-se com um salário há anos luz de distância, dos recebidos pelos ex-governadores. Complementa o orçamento com uma escolinha de futebol comunitária, onde ensina aos pretensos craques, além do futebol, que o caminho é o estudo, pois só talento não leva a lugar nenhum. É preciso cabeça no lugar, e sorte, muita sorte.

Antonio Santiago

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