É ilegal, é imoral e engorda
Por Maria Newnum*
Para quem é apaixonado pela arte da política, é doloroso acompanhar os rumos mundiais, nacionais e locais marcados pela estupidez, ganância e desumanidade dos que detêm o sagrado poder de promover o bem, o bom e o belo para a pólis e não o fazem.
Platão dizia que “os males não cessarão para os humanos antes que a raça dos puros e autênticos filósofos chegue ao poder, ou antes, que os chefes das cidades, por uma divina graça, ponham-se a filosofar verdadeiramente.” (Carta Sétima, 326b).
Por séculos essa defesa platônica gerou controvérsias pelo elitismo intelectual que ela carrega. Mas num país onde personagens como o palhaço Tiririca chegam as altas cúpulas das decisões públicas, não seria tempo de retornarmos aos conceitos de Platão? Em meio à desesperança a gente se põe a filosofar…
Enquanto isso, aqui em Maringá assiste-se a hipocrisia do líder do prefeito, vereador Heine Macieira, que utiliza a mesma Lei (Emenda 58/2009. art. 29 inciso 6º) rejeitada quando discutia-se maior representatividade na Câmara, para aumentar o próprio salário. Ora, se antes os argumentos eram ilegais ao rejeitar o indicativo da Lei, agora é imoral por aceitá-la.
Se não observou-se o mando da Lei, que reza que pelo número de habitantes a cidade deve ter 23 cadeiras, como é possível requerer a proporcionalidade de habitantes para aumentar em 90,49% os salários de vereadores, secretários e prefeito? É o mesmo que chamar os munícipes de paquidermes acéfalos. Pior será se, ao final, decidirem voltar atrás e “reduzirem” de R$12.025,00 para R$ 9.000.00, com o discurso nefasto que ouviram a voz do povo.
Mas as coisas não param por ai. O desejo frenético de implantar a usina incineradora de resíduos sólidos na cidade (tecnologia só aceita em países subdesenvolvidos) continuará a revelar que, por aqui, o jeitão de conduzir os assuntos da pólis na calada da noite é imoral, é ilegal e engorda o bolso de muita gente.
Que a maioria da população continue odiando a política é o desejo dos céus para os deuses de pés de barro. Eis a solução: Apaixonar-se perdidamente pela política, defender os instrumentos democráticos constituídos e fortalecer as câmaras municipais em todo o país.
É preciso estudar filosofia, a Constituição Federal e até os livros sagrados para buscar inspiração e não desistir de acreditar na força que nasce do povo.
*Maria Newnum é pedagoga, mestre em teologia prática e articulista.
Para quem é apaixonado pela arte da política, é doloroso acompanhar os rumos mundiais, nacionais e locais marcados pela estupidez, ganância e desumanidade dos que detêm o sagrado poder de promover o bem, o bom e o belo para a pólis e não o fazem.
Platão dizia que “os males não cessarão para os humanos antes que a raça dos puros e autênticos filósofos chegue ao poder, ou antes, que os chefes das cidades, por uma divina graça, ponham-se a filosofar verdadeiramente.” (Carta Sétima, 326b).
Por séculos essa defesa platônica gerou controvérsias pelo elitismo intelectual que ela carrega. Mas num país onde personagens como o palhaço Tiririca chegam as altas cúpulas das decisões públicas, não seria tempo de retornarmos aos conceitos de Platão? Em meio à desesperança a gente se põe a filosofar…
Enquanto isso, aqui em Maringá assiste-se a hipocrisia do líder do prefeito, vereador Heine Macieira, que utiliza a mesma Lei (Emenda 58/2009. art. 29 inciso 6º) rejeitada quando discutia-se maior representatividade na Câmara, para aumentar o próprio salário. Ora, se antes os argumentos eram ilegais ao rejeitar o indicativo da Lei, agora é imoral por aceitá-la.
Se não observou-se o mando da Lei, que reza que pelo número de habitantes a cidade deve ter 23 cadeiras, como é possível requerer a proporcionalidade de habitantes para aumentar em 90,49% os salários de vereadores, secretários e prefeito? É o mesmo que chamar os munícipes de paquidermes acéfalos. Pior será se, ao final, decidirem voltar atrás e “reduzirem” de R$12.025,00 para R$ 9.000.00, com o discurso nefasto que ouviram a voz do povo.
Mas as coisas não param por ai. O desejo frenético de implantar a usina incineradora de resíduos sólidos na cidade (tecnologia só aceita em países subdesenvolvidos) continuará a revelar que, por aqui, o jeitão de conduzir os assuntos da pólis na calada da noite é imoral, é ilegal e engorda o bolso de muita gente.
Que a maioria da população continue odiando a política é o desejo dos céus para os deuses de pés de barro. Eis a solução: Apaixonar-se perdidamente pela política, defender os instrumentos democráticos constituídos e fortalecer as câmaras municipais em todo o país.
É preciso estudar filosofia, a Constituição Federal e até os livros sagrados para buscar inspiração e não desistir de acreditar na força que nasce do povo.
*Maria Newnum é pedagoga, mestre em teologia prática e articulista.
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