sábado, 24 de abril de 2010

O consumo e a vida

Por Juarez Firmino*

Em nosso atual sistema econômico, muitos são os estímulos que nos levam ao consumo desenfreado e compulsivo, dada nossa falta de reflexão sobre a real necessidade. Vejam os exemplos: Janeiro é ano novo, estamos em férias, em Fevereiro tem carnaval? Tem sim senhor! Março marca o retorno às aulas, Abril chega e mal acabam as festividades – porque no Brasil o ano só começa depois do carnaval - e já é Páscoa! Começa a correria atrás de chocolates, Maio é a vez das Mães e das Noivas... como amamos as mulheres da nossa vida! O movimento nas lojas é grande. Em Junho a paixão está em alta e os enamorados trocam presentes e juras, por vezes eternas, de amor. Ufa! Uma pausa em Julho! Férias escolares, ganhamos um fôlego para enfrentarmos a outra metade do ano que está por vir, no entanto , a criançada quer viajar, quer ir à colônia de férias, cinema, também se comemora o dia do amigo, mas como as amizades verdadeiras são poucas, o comércio não fatura com a data. Agosto é o mês, segundo o ditado popular, mês do desgosto, não sei a origem deste pensamento em relação ao mês, mas é o momento de agradecer àquele que nos conduziu pelos caminhos da vida desde pequenininho, o meu bom e velho pai, este homem que, de sol a sol, nos deu educação, alimento, nos formou para vida. Setembro! Um novo tempo esta no ar, é primavera, as ruas e praças com suas árvores imponentes e majestosas desabrocham cheia de flores, os pássaros cantam alegremente, tudo fica mais colorido. Como todos, dependemos de uma secretária, mesmo que seja nossa esposa que nos auxilia dia a dia, as flores são para agradecer e retribuir vocês pelo apoio e parabenizando-as pelo dia da secretária. Chegamos em outubro, mês das crianças, logo é fim do ano, e a gurizada está afoita, olham os comerciais na TV e já escolhem qual presente querem ganhar no Natal. Para os mais religiosos, o mês é dedicado à Nossa Senhora Aparecida, aquela que roga por nós. Em novembro as famílias lembram os seus entes queridos, visitam o campo santo, momento em que refletimos o quanto a vida é efêmera e passageira, o que estamos fazendo por este mundo e pelo outro que iremos um dia habitar? Enfim, dezembro torna-se o mês que acordamos e nas conversas cotidianas o que mais escutamos e falamos: “puxa já foi o ano, mas passou tão rápido eu nem vi, parece que janeiro foi ontem.” Começamos então os preparativos as festividades do Natal e Ano Novo, as famílias querem se encontrar e festejar juntos, mesmo que o ano tenha sido duro, sempre há o que comemorar, todos querem tirar férias na mesma época, comprar presentes para todos, o comércio fica aberto à noite, as avenidas centrais iluminadas, tem também o Papai Noel, o trenzinho. É uma data encantada, relembramos o nascimento do menino Jesus e as expectativas para o dia de Natal são grandes, mas, como tudo na vida, o Natal vem e passa. Chega o dia 31 de dezembro: réveillon! “10, 9, 8...” e em apenas alguns segundos de contagem regressiva, o estouro de uma champanhe em casa ou à margem da praia, acompanhados ou não, nossas esperanças se renovam e começamos novamente o ciclo.

*Juarez é contabilista e nas horas vagas escreve crônicas

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