quarta-feira, 23 de março de 2011

A cebola nossa de todo dia

Não há planta com mais registros históricos do que a cebola. Indianos e chineses cultivavam o tempero dos temperos desde tempos imemoriais. Do centro da Ásia rumo ao ocidente, ela chegou à Pérsia – atual Irã; ali, há quase 5 mil anos, os imperadores da Babilônia alimentavam seus guerreiros à base de cebola, como mais tarde fariam gregos, romanos, macedônios – Alexandre Magno, rei da Macedônia (século 4 a. C.), empanturrava suas tropas com cebola, por ser reconhecida como fonte de vigor. Assírios não a dispensavam no pão. Egípcios a veneravam tanto, que a pintavam nas tumbas. E com ela os faraós, há quase 5 mil anos, alimentaram os escravos que ergueram as pirâmides.
Quando a humanidade descobriu o molho, informa Câmara Cascudo, foi ela a primeira a ir para a caçarola. E as caravelas que aqui chegaram no século 16, claro que traziam réstias e mais réstias nas despensas: sem cebola o europeu já não passava.
Da família do alho, da cebolinha e do alho-poró, esta aliácea de sabor picante e adocicado tem mesmo muita história pra contar.
Por sua constituição (fósforo, ferro, cálcio, potássio, selênio, enxofre, flúor, magnésio, vitaminas B e C), a cebola é: antioxidante, antiviral, antibacteriana; desintoxicante. Limpa as vias respiratórias. Fortalece o sistema imunológico. Previne câncer de colo retal e diminui a duração da crise de herpes.
Ótima contra: gripe; dor de cabeça e nas articulações; problemas de pele; cárie, gengivite; arteriosclerose, trombose, enfarte; pedra nos rins; inflamações, infecções; úlceras; diabete, asma; estomatite, prisão de ventre, vermes.
Aplicar uma rodela em cortes, feridas, furúnculos, picadas de aranha e insetos, evita infecção.
Mas atenção: passou pelo fogão, adeus virtudes terapêuticas. E isto se sabe desde a antiguidade. Celsus, médico romano do século 1 a. C., receitava cebola crua contra febres; Plínio, naturalista do século 1 d. C., recomendava o uso tópico em caso de mordida de cão raivoso; e seu contemporâneo Nero, imperador que se achava artista, comia uma antes de cantar, para temperar a voz.

Fonte: Almanaque Brasil

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