Dia Internacional da Mulher
Por Rosária Sékua*
Neste dia 8 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher, uma data importante, mas que não revela a real situação das mulheres no Brasil e por todo o mundo. A revolução industrial incorporou o trabalho da mulher no chão de fábrica, separou o trabalho doméstico do trabalho remunerado fora do lar. Esta incorporação, entretanto se deu de forma precarizada e subalterna, principalmente porque o trabalho da mulher era mais barato. Além da questão de gênero, as mulheres lutavam por melhores condições de trabalho, e já no século XIX havia um forte movimento de reivindicação por direitos trabalhistas, igualdade de jornada de trabalho para homens e mulheres e o direito de voto. A entrada da mulher no mundo do trabalho fabril , custou á mulher a carga da dupla jornada de trabalho, pois ainda lhe era “intrínseca” a tarefa de cuidar dos filhos e dos afazeres domésticos em geral, o que fez com que elas ainda se organizassem para exigir escolas, creches e pelo direito da maternidade, luta que enfrentamos ainda hoje. Foi através da disputa pelo espaço político de reivindicação de seus direitos, que as mulheres conquistaram, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a democratização das relações de gênero e a igualdade jurídica.O novo século iniciou com as mulheres sendo a maioria da população do nosso país (51,31%). No mundo, o número de mulheres no mercado de trabalho é o maior da história, segundo a Organização Mundial do Trabalho (2008), totalizando 1,2 bilhões de trabalhadoras.
A escolaridade média das mulheres ocupadas é maior do que a dos homens (7,3 anos para as mulheres e 6,3 anos para os homens), além de serem as que mais ingressam no ensino médio (54%) e no ensino superior (56%). São também as que mais concluem seus estudos (58% no ensino médio e 56% no ensino superior), e só somos minoria em Ciências, Computação, Agricultura e Veterinária, mas representamos 75% das áreas de Educação e 72% da área de Artes e Humanas. As mulheres, apesar de apresentarem em praticamente todos os indicadores educacionais, melhores condições do que o grupo masculino, não conseguem traduzi-los em maior ocupação no mercado de trabalho, em postos de trabalhos mais qualificados e em maiores salários. Para se ter uma idéia, em 2006, os homens recebiam, em média, R$ 885,6 ao mês, enquanto as mulheres recebiam apenas R$ 577,00, o que equivale a cerca de 2/3 do salário masculino. Em minhas andanças por outros paises como Jordânia, Egito, Polônia e Turquia, e através das discussões sobre a meta 4 das ODMS nas conferências Mundiais que participei, percebi que a situação da mulher nos outros países não é muito diferente da nossa. A luta pela igualdade e por respeito é mundial, mas principalmente passa em conscientizamos nosso próprio gênero de nossas potencialidades e direitos.
*Rosária Sékua é professora e presidente da APMI (Associação de Proteção à Maternidade e a Infância)
Neste dia 8 de março é celebrado o Dia Internacional da Mulher, uma data importante, mas que não revela a real situação das mulheres no Brasil e por todo o mundo. A revolução industrial incorporou o trabalho da mulher no chão de fábrica, separou o trabalho doméstico do trabalho remunerado fora do lar. Esta incorporação, entretanto se deu de forma precarizada e subalterna, principalmente porque o trabalho da mulher era mais barato. Além da questão de gênero, as mulheres lutavam por melhores condições de trabalho, e já no século XIX havia um forte movimento de reivindicação por direitos trabalhistas, igualdade de jornada de trabalho para homens e mulheres e o direito de voto. A entrada da mulher no mundo do trabalho fabril , custou á mulher a carga da dupla jornada de trabalho, pois ainda lhe era “intrínseca” a tarefa de cuidar dos filhos e dos afazeres domésticos em geral, o que fez com que elas ainda se organizassem para exigir escolas, creches e pelo direito da maternidade, luta que enfrentamos ainda hoje. Foi através da disputa pelo espaço político de reivindicação de seus direitos, que as mulheres conquistaram, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a democratização das relações de gênero e a igualdade jurídica.O novo século iniciou com as mulheres sendo a maioria da população do nosso país (51,31%). No mundo, o número de mulheres no mercado de trabalho é o maior da história, segundo a Organização Mundial do Trabalho (2008), totalizando 1,2 bilhões de trabalhadoras.
A escolaridade média das mulheres ocupadas é maior do que a dos homens (7,3 anos para as mulheres e 6,3 anos para os homens), além de serem as que mais ingressam no ensino médio (54%) e no ensino superior (56%). São também as que mais concluem seus estudos (58% no ensino médio e 56% no ensino superior), e só somos minoria em Ciências, Computação, Agricultura e Veterinária, mas representamos 75% das áreas de Educação e 72% da área de Artes e Humanas. As mulheres, apesar de apresentarem em praticamente todos os indicadores educacionais, melhores condições do que o grupo masculino, não conseguem traduzi-los em maior ocupação no mercado de trabalho, em postos de trabalhos mais qualificados e em maiores salários. Para se ter uma idéia, em 2006, os homens recebiam, em média, R$ 885,6 ao mês, enquanto as mulheres recebiam apenas R$ 577,00, o que equivale a cerca de 2/3 do salário masculino. Em minhas andanças por outros paises como Jordânia, Egito, Polônia e Turquia, e através das discussões sobre a meta 4 das ODMS nas conferências Mundiais que participei, percebi que a situação da mulher nos outros países não é muito diferente da nossa. A luta pela igualdade e por respeito é mundial, mas principalmente passa em conscientizamos nosso próprio gênero de nossas potencialidades e direitos.
*Rosária Sékua é professora e presidente da APMI (Associação de Proteção à Maternidade e a Infância)
1 comentários:
Eu falei e repito. a Rosária será a nossa deputada
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