domingo, 30 de agosto de 2009

Recanto Poético

Ouvir Estrelas (Olavo Bilac)

Ora (direis) ouvir estrelas!
Certo...Perdeste o senso!
E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila.
E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas?
Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.

1 comentários:

josé roberto balestra 31 de agosto de 2009 às 01:14  

...por aí, pela poesia de Bilac, se vê como Belchior é um artista profundamente culto, um compositor de mão cheia. Em sua "Divina comédia huma" estão os três primeiros versos desse poema bilaqueano... e lá, como cá, ficaram perfeitos.

Lá, depois desses versos, Belchior arremata com "...Enquanto houver espaço, corpo e tempo e algum modo de dizer não / Eu canto..."

Pérolas do orgulho nacional: o poema de Bilac e a música de Belchior.

abs

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