domingo, 23 de agosto de 2009

23 de Agosto - Dia da Injustiça

Texto de João Cunha publicado no Almanaque Brasil

O Diplomata Vinicius de Moraes.
Regime militar, fins de 1968. Mais uma caçada aos “alcoólatras, pederastas e subversivos” do Itamaraty, o Ministério das Relações Exteriores. Vinicius de Moraes não escapou. Suas atividades paralelas incomodavam colegas diplomatas. A poesia era até nobre, mas escrever sambas e subir nos palcos das boates era demais. A carreira diplomática era incompatível com a boemia criativa dos anos 1960.Foi o chanceler Magalhães Pinto que recebeu o memorando expedido pelo presidente da República. Assunto: Vinicius de Moraes. Demita-se esse vagabundo.Ass. Arthur da Costa e Silva. O Poetinha soube em alto-mar, dentro da banheira de sua cabine no navio Eugenio C. Dizem que chorou muito. Embora odiasse a burocracia do serviço público, gostava do emprego.Com a demissão pôde dedicar-se ainda mais à música. Embarcou em turnês e ampliou a já farta lista de parceiros. Ao lado de Toquinho, a partir de 1970, tornou-se artista de palco. Também a seu lado morreria, numa manhã de julho de 1980. Deixou dezenas de livros e cerca de 500 músicas, entre elas obras-primas como Chega de Saudade e Garota de Ipanema (ambas com Tom Jobim). Em 2003 completaria 90 anos. Ironia do destino, o Itamaraty preparou turnê com suas canções. No roteiro, países de língua portuguesa. Perceberam, tarde demais, que ninguém melhor que ele podia representar a cultura brasileira.

1 comentários:

Anônimo,  23 de agosto de 2009 às 14:52  

Adoro o Vinicíus, vcs tem mais coisas dele?

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