terça-feira, 25 de agosto de 2009

Roberto Carlos por Carolina Ferraz

Carolina Ferraz*

Pra mim é impossível falar sobre o rei Roberto Carlos sem falar de meu pai. Meu querido pai, que sempre viveu a vida de um jeito particular e singular. Roberto Carlos faz parte da minha infância de uma maneira maliciosa e aos meus olhos, muito bonita. Morávamos em uma casa muito grande, em Goiânia, Goiás. Era uma casa muito bonita, dessas que hoje em dia não se vê muito nas grandes cidades. Tínhamos uma varanda enorme que circundava toda a casa (na época chamávamos de alpendre he he). E um jardim enorme, cheio de crotons, hibiscos, palmeiras, coqueiros, um ipê amarelo e duas barrigueiras brancas. Esse era o lugar preferido do meu pai. Logo quando saíamos da cozinha encontrávamos a parte mais protegida dessa varanda, havia uma mesa enorme, aonde sempre nos sentávamos pra fazer as refeições, naqueles dias quentes e úmidos do centro oeste brasileiro. Quantas vezes meu pai após o jantar não preparava pra si mesmo uma boa dose de whisky e punha o disco do Roberto pra tocar na nossa vitrola na maior altura?! Eu, naquela época tinha entre 10 e 12 anos. Sempre gostei de ver o meu pai envolvido com a música. Ele cantava, balançava os braços, como se estivesse regendo no ar. Sabia todas as letras de cor e eu menina pequena, me lembro nitidamente, ficava ali, deitada na rede, esperando o sono chegar, escutando aquelas letras incríveis, cantadas por aquela voz de veludo e começava então a sonhar. Também já naquela idade fantasiava pensando: Meu Deus, um homem que escreve e canta tudo isso, será que ele já viveu todas essas coisas?! Será que ele já amou todas essas mulheres? Será que um dia eu também vou conhecer o amor dessa forma? Será que um dia alguém vai me amar dessa maneira, a ponto de dizer: “Se alguém tocar seu corpo como eu, não diga nada, não vá dizer meu nome sem querer a pessoa errada, pensando ter amor nesse momento, desesperada você tenta até o fim e até nesse momento você vai lembrar de mim”. Agora imaginem, este tipo de frase amorosa povoando os pensamentos de uma ainda pré-adolescente. Sou muito agradecida ao Roberto, embora não o conheça, pois ele me inspirou a desejar quando grande, ser uma mulher de verdade, e principalmente, conhecer o amor de verdade.
*Carolina Ferraz é atriz da Rede Globo.

2 comentários:

Anônimo,  25 de agosto de 2009 às 11:38  

Cada dia mais linda, a Carol

Anônimo,  25 de agosto de 2009 às 12:50  

Já temos alguma coisa em comum, gostamos do rei Roberto, será que rola?kkkkkkk

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