Questão de intimidade
Por Rolando Boldrin*
O causo que eu vou contar aqui é de um caboclo conhecido que ficou um tempão fazendo tratamentode saúde. O problema nunca se resolvia, mas ele insistia em ir sempre ao mesmo médico. Era o melhor doutor da cidade, capaz de curar qualquer doença. Mas o sujeito ia ao médico, tomava os remédios prescritos, e nada. Voltava ao médico, tentava outro remédio, e nada. O doutor já estava com uma pulga atrás da orelha com o caso. Os colegas davam palpite, tentavam entender, mas nada adiantava. Até que, na vigésima consulta do caboclo, o dito cujo decidiu contar uma novidade.
Caboclo – Dotô, tem uma coisa que preciso falá pro sinhô...
Doutor – Pois diga, homem.
Caboclo – É que, além desse meu pobrema, tem outra cousa tamém.
Doutor – Diga logo o que é, homem.
Caboclo – É que eu bebo cachaça todos os dias.
Doutor – Você bebe cachaça... Todos os dias... Quanta cachaça, meu fi lho?
Caboclo – Ah, dotô... Eu tomo umas 10 doses de manhã, umas 10 depois do armoço e umas 10 já de noite, que é pra descançá.
O médico quase solta fogo pelas ventas de tão bravo, descobrindo a razão de remédio algum fazer efeito.
Doutor – E por que é que só agora o senhor confessa que bebe tudo isso, filho de Deus?!
Caboclo – Ah, dotô, é pruquê antes nóis num tinha essa intimidade...
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